O alongamento no Ballet tem muitos benefícios. Mas ele previne lesões musculares?
- Ballet Maior
- 2 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 5 de set. de 2019

Os exercícios de alongamento muscular estão entre os mais utilizados na reabilitação
e na prática esportiva. Têm o objetivo de aumentar a extensibilidade musculotendínea e o ganho de amplitude de movimento, contribuindo para aumentar a flexibilidade.
Entre os métodos de alongamento três são mais comumente utilizados para desenvolver a flexibilidade:
- o alongamento estático passivo (o exercício é feito com o auxílio de outra pessoa - fisioterapeuta ou educador físico- ou de um aparelho);
- o alongamento estático ativo (o exercício é realizado pelo próprio indivíduo);
- e a facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). Essa é uma técnica específica feita por fisioterapeuta que utiliza movimentos e posturas com fins terapêuticos para reeducar determinados movimentos musculares.
Apesar do método FNP ser muito eficaz, o alongamento estático é o mais utilizado, pois é o método mais seguro, simples e com menor risco de lesão. No método estático, o membro é mantido em posição estacionária, em seu maior comprimento possível, por um período de 15 a 30 segundos.
Segundo a literatura, esse procedimento deve ser realizado de forma lenta e gradual para evitar a resposta neurológica do reflexo do estiramento e estimular a atividade dos órgãos tendinosos de Golgi (estruturas receptoras existentes dentro da fibra muscular que protegem o músculo contra um movimento brusco de estiramento, por exemplo). Diversos estudos concluíram que 30 segundos é tempo suficiente para se obter ganho de amplitude de movimento (ADM) em adultos jovens.
Revisando a literatura, conclui-se que ainda há pouca evidência para afirmar a ideia de que o alongamento antes do exercício previne lesões. Dos artigos encontrados, seis analisaram o efeito do alongamento na dor muscular tardia (pós-treino) e apenas dois investigaram o efeito do alongamento na redução do risco de lesão. Os resultados mostram que o alongamento antes e depois do exercício não produziu diminuição significativa no risco de lesão.
O que se sabe, através de estudos científicos, é que o nível de condicionamento físico está
intimamente ligado a uma maior ou menor incidência de lesões. O que significa, portanto, menor risco de ocorrência de lesões para um melhor condicionamento físico.
Portanto, o alongamento deve ser realizado como uma prática diária, de forma lenta e gradual para ganho de amplitude de movimento e flexibilidade. Já como prevenção a lesões, é a melhora do seu condicionamento físico que vai garantir a sua saúde musculoesquelética!
E vale lembrar que: alongamento é diferente de exercício para aquecimento (que deve ser realizado antes da prática da atividade física), como já comentamos em outro post aqui.
Dance...Treine... Faça exercícios regularmente! É bom para seu corpo e para sua mente!
Texto elaborado por Priscila Monsano (bailarina, fisioterapeuta e bióloga)
Referências bibliográficas:
ALMEIDA, P. H. F.; BARANDALIZE, D.; RIBAS, D. I. R., GALLON, D., et al. Alongamento muscular: suas implicações na performance e na prevenção de lesões. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 22, n. 3, p. 335-343, jul./set. 2009.
DURIGON, O. F. S. O alongamento muscular. Fisioterapia e Pesquisa, Universidade de São Paulo, São Paulo, v.2, n.1, pág. 4-40, jan./jul., 1995.
KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos. São Paulo: Manole, 2015.
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